8 Passos no caminho do yoga
Em versos milenares, o sábio Patanjali descreveu a trajetória a ser seguida por quem quer conquistar todos os benefícios que o yoga tem a oferecer.
1. YAMAS – São cinco princípios básicos de ética.
*Ahimsa: Não violência.
O princípio da não violência foi apresentado ao mundo pelo líder indiano Mahatma Gandhi. Mas além de pregar contra a violência física, ahimsa também está relacionado com não praticar atos de violência contra si mesmo, como o excesso, as extravagâncias, pensamentos negativos e compulsões.
* Satya: Falar a verdade.
Ser sempre sincero – consigo mesmo e com os outros – em palavras, pensamentos e ações é o princípio de satya. Esse conceito milenar também foi eternizado pelas mensagens de Gandhi, que costumava dizer que a busca pela verdade era eu único objetivo na vida.
*Asteya: Não roubar.
Além de transmitir a idéia de que não se deve roubar e nem mesmo desejar o que é dos outros, Asteya carrega um dos principais conceitos da filosofia yogue: o desapego. Seu principal ensinamento é que precisamos de pouco para viver bem.
*Brahmacharya: Contenção da energia através do controle dos impulsos sexuais.
Aqui, o sentido não é ser, necessariamente, celibatário, mas sim saber direcionar corretamente as energias carnais. Brahmacharya prega, sobretudo, a moderação.
*Aparigraha: Desapego emocional.
Se asteya fala sobre desejos materiais, Aparigraha abrange os emocionais. O objetivo é se libertar de sentimentos como posse, ciúmes e apego, causa de muitas dores emocionais e grandes sofrimentos.
2.NYAMAS – São cinco princípios básicos de disciplina.
*Saucha: Pureza.
Relacionado com aspectos físicos e mentais, é a purificação que se faz necessária para percorrer o caminho. Envolve desde limpeza corporal, alimentação saudável e prática de asanas, até livrar a mente de sentimentos negativos e perturbações, como raiva, ódio e inveja.
*Samtosha: Contentamento.
A alegria de receber todas as coisas da vida como um aprendizado é a chave para samtosha. Com ele, aprendemos a nos entregar com esforço e dedicação, a qualquer tarefa, por mais que nos desagrade.
*Tapas: Austeridade.
Tapas significa se esforçar, acreditar e ter força de vontade para alcançar um objetivo. É não desistir diante de uma privação mais dura, de uma postura mais complicada ou de uma etapa que pareça ultrapassar nossos limites.
*Svadhyaya: auto-conhecimento e estudo de si mesmo.
A literatura sagrada deve ser usada como instrumento na ampliação do entendimento do yoga e para o próprio desenvolvimento espiritual e pessoal. Aqui, é importante meditar sobre a própria natureza, passar a limpo aspectos da vida, investir fundo no autoconhecimento. A sensação inicial de mexer em velhas feridas não é boa, mas, por mais que o processo pareça doloroso, é a única forma de se libertar de velhos medos e temores.
*Ishvara: Rendição a Deus, entregar-se ao Supremo.
A confiança na existência de algo maior do que a nós é Ishvara, a fé que ultrapassa barreiras, sejam elas armadilhas do ego, bloqueios mentais ou ponderações racionais. Só é possível atingir essa fase do nyama quando o praticante já desenvolveu a habilidade de praticar todas as premissas anteriores, abrindo mão de seu orgulho e egoísmo.
3. ASANAS
As conhecidas posturas corporais do yoga também fazem parte da jornada.
De extrema importância dentro da filosofia, sua prática é responsável por fazer a energia fluir livremente pelo corpo, diminuindo, a dualidade entre nossos aspectos físicos e mentais.
4.PRANAYAMAS
Mais do que simples “inspirar e expirar”, os pranayamas são técnicas respiratórias sutis, que além de desenvolver a capacidade respiratória, direcionam a energia (prana) para os diversos chackras.
5. PRATYAHARA (abstração dos sentidos)
Descrito como o exercício para acalmar a mente e prepará-la para a meditação.
É a abstração dos sentidos, quando os direcionamos para o ponto neutro.
Nessa introspecção dos sentidos, o importante é serenar os pensamentos e permanecer imune aos estímulos exteriores.
6.DHARANA (Concentração)
Concentração absoluta onde a mente está focada em um único ponto, evitando o vai e vai da mente e se preparando para o real estágio meditativo.
Repetir mantras e manter os olhos fixos na chama de uma vela são alguns exercícios sugeridos pelos Yogas Sutras.
7.DHYANA (meditação)
A um passo de se atingir a iluminação o Dhyana trata-se da verdadeira meditação, o momento em que as confusões da mente, finalmente cessam. Os problemas do dia a dia passam a ser vistos como questões simples de serem resolvidas e o momento presente passa a ser o mais importante da vida.
8.SAMADHI (iluminação)
Resultado final desse longo processo de aprendizado, o samadhi é o estado no qual a consciência é iluminada pela luz divina.
Segundo alguns mestres yogues, é o momento em que todo amor está direcionado para o ser supremo e o indivíduo fica inteiramente ligado e absorvido por Ele.
O samadhi é a conseqüência da aplicação perfeita dos sete princípios anteriores, sinal de que não há mais nenhuma correção a fazer, de que a mente humano atingiu seu mais alto grau de perfeição e aceitação.
A recompensa é uma sensação de bem-estar e plenitude que vem de dentro, que independe de qualquer fator externo.
" Tudo que AGRIDE a terra, agride os FILHOS da terra.
Não foi o HOMEM quem teceu a trama da VIDA, ele é MERAMENTE um fio da mesma.
TUDO que ele fizer a TRAMA, a 'si PRÓPRIO fará"